A aplicação da vacina da gripe necessita de intervalo mínimo após outras vacinas?

| 31 maio 2016 | ID: sofs-23682
Solicitante:
CIAP2: ,
DeCS/MeSH: , ,
Graus da Evidência:

A vacina da gripe (influenza) pode ser aplicada com outras vacinas (no mesmo momento ou dias depois, sem intervalo mínimo entre elas), não havendo interferência na produção de imunidade por ela conferida (1). A vacina da gripe é feita com vírus inativados (mortos) e não interfere na ação de outras vacinas, incluindo as de vírus vivos atenuados. Quando houver necessidade de vacinação simultânea (isto é, mais de uma vacina sendo aplicada na mesma ocasião), procedem-se as administrações com seringas diferentes, e em locais anatômicos diferentes (1,2). De um modo geral, as vacinas dos calendários de vacinação podem ser administradas simultaneamente sem que ocorra interferência na resposta imunológica, exceto as vacinas contra a febre amarela, a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), contra a varicela (catapora) e a tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) – compostas de vírus vivos atenuados – que devem ser administradas com intervalo de 30 dias (2).


Complementação

Todo ano, o Ministério da Saúde realiza uma Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza, onde grupos prioritários podem receber gratuitamente a vacinação nos postos de saúde. Os grupos prioritários a serem vacinados de acordo com recomendações do Ministério da Saúde são (1,3):

ATRIBUTOS APS

No contexto da Atenção Básica, é importante que toda a equipe da unidade esteja envolvida com a atividade de vacinação, a fim de que se ampliem as oportunidades de orientação da comunidade, com o encaminhamento de usuários não vacinados ou com esquemas incompletos para a sala de vacinação, mesmo que estes tenham procurado o serviço para outra finalidade (consultas, curativos, exames, farmácia, entre outros) (2).
No caso específico da vacinação contra a gripe (influenza), convém informar alguns aspectos desta doença à comunidade, para facilitar o entendimento da importância da vacinação:

  1. A gripe pode evoluir para pneumonia e morte, por isso é considerada uma doença importante em termos de saúde pública.
  2. Gripe não é a mesma coisa de resfriado comum! O resfriado comum se parece com a gripe, mas é mais brando (leve).
  3. Como a gripe e o resfriado comum são doenças diferentes, a vacina contra a gripe só protege contra a gripe, e não protege contra o resfriado comum. Isso é muito importante porque muita gente, por confundir gripe com resfriado comum, se queixa de que a vacina “não funcionou” porque ficou resfriada.
  4. A vacina contra a gripe é completamente segura. Ela é feita a partir de vírus inativado (como já mencionado), e não tem a menor possibilidade de produzir nem gripe, nem resfriado em quem a toma.
  5. A vacina precisa ser repetida anualmente porque o nível de anticorpos cai e também porque a composição dos vírus pode variar. A decisão sobre quais vírus devem estar contidos na vacina é dada pela Organização Mundial de Saúde, todos os anos.

EDUCAÇÃO PERMANENTE

A influenza, popularmente conhecida como gripe, é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório. É de elevada transmissibilidade e distribuição global, com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais e também podendo causar pandemias. A transmissão ocorre por meio de secreções das vias respiratórias da pessoa contaminada ao falar, tossir, espirrar ou pelas mãos, que após contato com superfícies recém contaminadas por secreções respiratórias pode levar o agente infeccioso direto a boca, olhos e nariz (1). Frequentemente é caracterizada por um início súbito dos sintomas: febre alta, calafrios, tremores, dor de cabeça, dores musculares e falta de apetite, tosse seca, dor de garganta e coriza. A infecção geralmente dura 1 semana, com os sintomas gerais persistindo por alguns dias, sendo a febre o mais importante (4). A doença pode ser causada pelos vírus influenza A, B e C. O vírus influenza C causa apenas infecções respiratórias brandas, não possui impacto na saúde pública e não está relacionado com epidemias. Os vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias que ocorrem anualmente, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias (1,4). Os vírus influenza A são ainda classificados em subtipos de acordo com as proteínas que formam sua superfície. Dentre os subtipos de vírus influenza A, os subtipos A(H1N1) e A(H3N2) circulam atualmente em humanos. Alguns vírus influenza A de origem aviária também podem infectar humanos causando doença grave, como no caso do A(H7N9) (4).
A transmissão ocorre principalmente através do contato com partículas eliminadas por pessoas infectadas ou mãos e objetos contaminados por secreções. É muito elevada em ambiente domiciliar, creches, escolas e em ambientes fechados ou semi fechados, dependendo não apenas da infectividade dos vírus, mas também do número e intensidade dos contatos entre pessoas de diferentes faixas etárias. A transmissão também é elevada em aviões, navios e outros meios de transporte coletivo (1). A complicação da influenza que mais frequentemente leva à hospitalização e à morte é a pneumonia, que pode ser causada pelo próprio vírus ou por infecção bacteriana (1). A vacinação contra influenza mostra-se como uma das medidas mais efetivas para a prevenção da influenza grave e de suas complicações (1,4).

SOF Relacionadas:

SOF Relacionadas:

1-      Quais são os sinais e sintomas da Influenza A (H1N1), seus riscos e complicações? Como preveni-la?
2-      Qual forma para abordar um idoso que recusa realizar a vacina da influenza?
3- Qual a importância da vacina H1N1?

 

 

Bibliografia Selecionada:

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Informe Técnico – Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. Brasília, 2016. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/marco/11/informe-tecnico-campanha-vacinacao-influenza-2016.pdf>. Acesso em 17 maio 2016.
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Brasília : Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf>. Acesso em 17 maio 2016.
  3. Brasil. Ministério da Saúde.Secretaria de vigilância em Saúde. Portal da Saúde. Influenza: Vacinação. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/416-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/influenza/l2-influenza/10959-vacinacao-influenza>. Acesso em 17 maio 2016.
  4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de vigilância em Saúde. Portal da Saúde. Influenza. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/influenza>. Acesso em 17 maio 2016.