Existem evidências científicas que descrevam tratamentos odontológicos específicos aos pacientes diabéticos?

| 4 fevereiro 2010 | ID: sofs-3794
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Graus da Evidência:

Considerando o atendimento odontológico, a primeira etapa do atendimento clínico se dá através da anamnese. Existem questionamentos importantes para verificar se há suspeita em o paciente ser portador de DM e para se apropriar das condições dos casos já confirmados. Os sintomas de diabetes são poliúria, polidipsia, perda de peso e, às vezes, polifagia. Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são fadiga, fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar, balanopostite (inflamação conjunta da glande e prepúcio), infecções de repetição.
Deve-se estar atento, pois o DM,em proporção significativa dos casos, é assintomático e a suspeita clínica ocorre a partir de identificação dos fatores de risco para a doença.
No DM tipo 1 o aparecimento da sintomatologia é rápido e acomete predominantemente indivíduos jovens, com idade máxima em torno de 14 anos. Já no DM tipo 2, os sinais e sintomas desenvolvem-se mais lentamente e em idades acima dos 40 anos. Freqüentemente não apresenta a tríade clássica (polifagia, polidpsia e poliúria) e normalmente está associado a obesidade, dislipidemia e hipertensão arterial.
Nos pacientes com diagnóstico prévio, o dentista deve se informar sobre o tipo da doença (tipo 1, 2, gestacional ou outros), duração da enfermidade, terapia (dieta, insulina, hipoglicemiantes, horário da última dose desses medicamentos), horário da última refeição, o nível de controle metabólico, presença de complicações secundárias da doença (nefropatia, neuropatia, retinopatia, doença cardiovascular, doença vascular periférica, hipotireoidismo, dislipidemia e hipertensão arterial), sintomas de hipoglicemia, história de hospitalização e cetoacidose, infecções sistêmicas (febre, mal estar, uso de antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos) e medicamentos para tratar complicações associadas ao DM.
Também é importante questionar sobre o uso de álcool (causa de hipoglicemia) e tabagismo.
Após a anamnese, parte-se para o exame físico extra e intra oral do paciente. Deve-se atentar para as manifestações bucais observadas no paciente com DM, que embora não sejam específicas do distúrbio, têm sua incidência ou progressão favorecida pelo descontrole glicêmico. Os distúrbios da cavidade bucal mais freqüentes nos diabéticos são:


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