Há diferença entre o uso contínuo prolongado e o uso esporádico de Cinarizina em idosos, para o aparecimento de sintomas de Parkinsonismo?

| 20 julho 2010 | ID: sofs-4718
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Graus da Evidência:

Está bem estabelecido na literatura a associação entre o uso de Cinarizina e Parkinsonismo. O uso de Cinarizina, assim como de Flunarizina, é a segunda causa de parkinsonismo em uma série de países, incluindo Brasil (1,2). Tal associação tem maior importância sobretudo em pacientes idosos e que fazem uso prolongado de Cinarizina (3). Quanto maior a idade do paciente e maior o tempo de uso da medicação, maior a probabilidade de desenvolvimento de Parkinsonismo. Na maior parte das vezes, os sintomas de Parkinsonismo induzido por Cinarizina cessam, ainda que após um período de até dois anos. No entanto, alguns pacientes podem persistir com os sintomas para o resto da vida (4-6).
Não foram encontrados estudos que comparem especificamente o uso esporádico de Cinarizina com o uso contínuo prolongado no que diz respeito ao aparecimento de Parkinsonismo. No entanto, a literatura existente sugere que pacientes com uso contínuo prolongado de Cinarizina estejam mais suscetíveis àqueles que fazem uso esporádico.

 


Bibliografia Selecionada:

  1. Teive HA, Troiano AR, Germiniani FM, Werneck LC. Flunarizine and cinnarizine-induced parkinsonism: a historical and clinical analysis. Parkinsonism Relat Disord. 2004 Jun;10(4):243-5.
  2. Cardoso F, Camargos ST, Silva Júnior GA. Etiology of parkinsonism in a Brazilian movement disorders clinic. Arq. Neuro-Psiquiatr.,  São Paulo ,  v. 56, n. 2, June  1998. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1998000200001&lng=en&nrm=iso Acesso em: 20 jul 2010.
  3. Fabiani G, Pastro PC, Froehner C. Parkinsonism and other movement disorders in outpatients in chronic use of cinnarizine and flunarizine. Arq Neuropsiquiatr. 2004 Sep;62(3B):784-8.2. Disponível em: http://scielo.br/pdf/anp/v62n3b/a08v623b.pdf Acesso em: 20 jul 2010.
  4. Martí-Massó JF, Poza JJ. Cinnarizine-induced parkinsonism: ten years later. Mov Disord. 1998 May;13(3):453-6. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9613736 Acesso em: 20 jul 2010.
  5. Micheli FE, Pardal MM, Giannaula R, Gatto M, Parera I, Paradiso G, Torres M, Pikielny R, Pardal J. Movement disorders and depression due to flunarizine and cinnarizine. Mov Disord. 1989;4(2):139-46. Disponível em: Acesso em: 19 jul 2010.
  6. Chouza C, Scaramelli A, Caamaño JL, De Medina O, Aljanati R, Romero S. Parkinsonism, tardive dyskinesia, akathisia, and depression induced by flunarizine. Lancet. 1986 Jun 7;1(8493):1303-4.