O excesso de peso pode dificultar a mulher a engravidar?

| 13 novembro 2017 | ID: sofs-37183
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , , ,

A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que causa prejuízos à saúde do indivíduo. Em mulheres obesas são comuns manifestações como menstruações irregulares e os ciclos anovulatórios o que pode contribuir para diminuir a fertilidade.(1,2,5)


Além disso, a obesidade e uma imagem corporal distorcida podem afetar negativamente a função sexual feminina, pois distúrbios da excitação sexual e do orgasmo podem ser mais comuns em mulheres obesas e com sobrepeso, afetando muitas vezes a vida sexual da mulher. (1,2)
A etiologia da obesidade é complexa e multifatorial, resultando da interação de genes, ambiente, estilos de vida e fatores emocionais. Durante a consulta de um paciente que apresente sobrepeso ou obesidade, é fundamental avaliar as causas que levaram ao excesso de peso, bem como investigar possíveis morbidades associadas.(6)
Ser obeso aumenta o risco de uma pessoa desenvolver muitos problemas de saúde, alguns exemplos: diabetes, pressão arterial elevada, colesterol alto, doença cardíaca (incluindo ataques cardíacos), fertilidade reduzida em homens e mulheres, apneia do sono (uma desordem na qual você para de respirar por períodos curtos enquanto está dormindo), doenças pulmonares, problemas ortopédicos, gota e câncer .(4,5)
O objetivo de tratar a obesidade hoje é alcançar um peso saudável e não mais o peso ideal. O peso saudável é aquele adequado para desempenhar as atividades (internas e externas) do organismo, nem para mais, nem para menos. Trata-se de um peso onde as complicações associadas à obesidade são nulas ou mínimas.(5)
Um índice de massa corporal (IMC) superior a 27 kg / m ou inferior a 17 kg / m está associado a um risco aumentado de infertilidade anovulatória. Sugere-se que os casais tentem atingir um IMC de 18,5 a 25 kg / m (Grau 2C). As mulheres nesta faixa de peso são menos propensas a ter disfunção ovulatória do que as mulheres em ambos os extremos do IMC. Esse intervalo está associado a pequenos ou nenhum aumento dos riscos para a saúde e, por esse motivo, é desejável para mulheres e homens.(3)
Em mulheres inférteis com obesidade que desejam engravidar deve-se aconselhar a perda de peso, pois a redução de peso ajuda na concepção espontânea e reduz a necessidade de tratamento de fertilidade, além de proporcionar benefícios a longo prazo para a saúde geral.(3)

Atributos da APS
Tendo em vista que a obesidade é um fator de risco para várias doenças e também contribui como fator dificultador para que mulheres possam engravidar é necessário que a equipe de saúde preste uma assistência integral a essas pacientes.

Bibliografia Selecionada:

1. Bray GA, Perreault L. Obesity in adults: Health consequences. Uptodate [Internet]. Apr 08, 2017. [Citado em 20 de agosto de 2017]. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/obesity-in-adults-health-consequences?source=see_link#H1257166508
2. Shifren JL. Sexual dysfunction in women: Epidemiology, risk factors, and evaluation. Uptodate [Internet]. Apr 04, 2016. [Citado em 20 de agosto de 2017]. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/sexual-dysfunction-in-women-epidemiology-risk-factors-and-evaluation?source=see_link#H19
3. Hornstein MD; Gibbons WE; Schenken RS. Optimizing natural fertility in couples planning pregnancy.Uptodate [Internet]. Apr 17, 2017. [Citado em 20 de agosto de 2017]. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/optimizing-natural-fertility-in-couples-planning-pregnancy?source=see_link#H9
4. Patient education: Health risks of obesity (The Basics). Uptodate [Internet]. [Citado em 20 de agosto de 2017]. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/health-risks-of-obesity-the-basics?source=related_link
5. Brasil. Ministério da Sáude. NUT/FS/UnB – ATAN/DAB/SPS. Obesidade e Desnutrição.  Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/obesidade_desnutricao.pdf
6. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). Diretrizes brasileiras de obesidade.  4. ed.  São Paulo, 2016. Disponível em: http://www.abeso.org.br/uploads/downloads/92/57fccc403e5da.pdf