O que é Psoríase Inversa?

| 6 setembro 2017 | ID: sofs-36804
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH:
Graus da Evidência:

A psoríase inversa é uma forma rara de psoríase que afeta entre 3% e 7% dos pacientes com psoríase (1). Atinge principalmente áreas úmidas, menos visíveis (2,3). Caracteriza-se por lesões nas grandes pregas cutâneas, em particular nas regiões inframamária, interglútea, perineal e axilar, que são eritematosas, brilhantes e com pouca ou nenhuma descamação (4).


A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele envolvendo a epiderme. É caracterizada por placas eritematosas escamosas e comprometimento de diferentes zonas do corpo, geralmente com prurido, e tem um impacto negativo significativo na qualidade de vida. A prevalência mundial de psoríase é estimada em 2% (1).
Uma revisão sistemática de estudos internacionais baseados na população encontrou grande variação na prevalência global de psoríase. A prevalência de psoríase em adultos variou de 0,91 a 8,5 por cento, e a prevalência da doença em crianças variou de 0 a 2,1 por cento. A prevalência da doença tende a aumentar com o aumento da distância do equador (5).
Não existe uma predileção clara de gênero para a psoríase. Embora a psoríase possa começar a qualquer idade, a doença é menos comum em crianças do que em adultos. Parece haver dois picos para a idade de início: um entre as idades de 30 e 39 anos e outro entre as idades de 50 e 69 anos (5).
A psoríase inversa, também conhecida como psoríase intertriginosa ou com dobra da pele, é uma forma de psoríase que se apresenta como placas eritematosas com mácula ou não descamação nas dobras de flexão da pele (1). O quadro pode agravar em pessoas obesas ou quando há sudorese excessiva e atrito na região (3).
Contudo é importante deixar claro para os pacientes e seus familiares que essa não é uma doença contagiosa, ou seja, que compartilhar talheres, pratos, copos, dormir na mesma cama ou usar as mesmas roupas, beijar etc. não transmite a doença. Há uma hipótese de que essa doença seja mais comum entre os que têm familiares já portadores, ou seja, a genética sim é fator importante para psoríase (6,7).
A multiplicidade de fatores desencadeantes faz de sua abordagem terapêutica uma das tarefas mais difíceis, por isso esses pacientes devem ser sempre avaliados, acompanhados e tratados por médicos (6,7).
Às orientações aos pacientes e familiares deve-se explicar que a doença é recorrente, ou seja, que o paciente pode não apresentar nenhum sinal ou sintoma e a partir de um fator desencadeante como stress, alteração emocional, infecção ou trauma voltar a apresentar as lesões. De acordo com especialistas a exposição aos raios solares traz benefícios a grande maioria dos pacientes, portanto pode-se orientar que os pacientes se exponham ao sol, mas sempre lembrar dos horários prejudiciais à saúde, da proteção com filtro solar e da necessidade de avaliação médica do caso (6,7).
Atributos
Por fim, ressaltamos a importância do trabalho em equipe junto a esses pacientes e as comunidades onde os mesmos estão inseridos. A equipe de saúde devem estar atentos e vigilantes em relação aos preconceitos sofridos por estes pacientes e aptos a fornecer orientações de que essa não é uma doença que se transmite pela saliva, suor e uso comum de utensílios domésticos (6,7).

Bibliografia Selecionada:

1.Guglielmetti, A., Conlledo, R., Bedoya, J., Ianiszewski, F., & Correa, J. (2012). Inverse Psoriasis Involving Genital Skin Folds: Successful Therapy with Dapsone. Dermatology and Therapy, 2(1), 15. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3510394/
2.Steven R Feldman, MD, PhD. Patient education: Psoriasis (Beyond the Basics). Literature review current through: Jun 2017. | This topic last updated: Mar 22, 2017. https://www.uptodate.com/contents/psoriasis-beyond-the-basics
3.Sociedade Brasileira de Dermatologia. Psoríase – 25/10/2016. Disponível em: http://www.sbd.org.br/doenca/psoriase/
4.Pinto M.G. Filipe P. Normas de Boa Prática para o Tratamento da Psoríase em Placas em Idade Não Pediátrica com Biológicos Guidelines for High-Quality Use of Biologic Therapies in Adults with Plaque Psoriasis. Acta Med Port 2012 Mar-Apr;25(2):125-141. Disponível em: http://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/download/12/26
5.Steven R Feldman, MD, PhD Epidemiology, clinical manifestations, and diagnosis of psoriasis. Literature review current through: Jun 2017. | This topic last updated: Dec 09, 2015. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/epidemiology-clinical-manifestations-and-diagnosis-of-psoriasis?source=search_result&search=Inverse+psoriasis&selectedTitle=1%7E13#H28373595
6.Duncan BB, Schmidt M, Giugliani ER. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 3a ed. Porto Alegre: Artmed; 2004. Cap. 167 – Dermatoses Eritematoescamosas – página 1700-1708.
7.Biblioteca Virtual de Saúde-BVS-SOF. O que o Agente Comunitário de Saúde deve saber sobre psoríase?Telessaúde Rio Grande do Sul | 04 ago 2008 | ID: sof-205. Disponível em: http://aps.bvs.br/aps/o-que-o-agente-comunitario-de-saude-deve-saber-sobre-psoriase/