O que é resultado falso positivo para hepatite C?

| 8 janeiro 2019 | ID: sofs-40607
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,
Recorte Temático:

O resultado falso positivo é mais comum em portadores de doenças autoimunes com auto-anticorpos circulantes, além de indivíduos que tiveram hepatite C aguda, que curaram espontaneamente, mas que mantêm a sorologia positiva por várias semanas. Por outro lado, o exame também pode ser falso negativo em pacientes com sistema imunológico comprometido.1,2


O principal método diagnóstico para a hepatite C continua sendo a sorologia para anti-HCV pelo método ELISA, sendo que a terceira geração deste exame, o ELISA III, tem sensibilidade e especificidades superiores a 95% (com valor preditivo positivo superior a 95%).2 Após a infecção, o exame torna-se positivo entre 20 e 150 dias (média 50 dias). Pela alta confiança do exame, o uso de sorologia por outro método (RIBA) só deve ser utilizado em suspeitas de ELISA falso positivo (pessoas sem nenhum fator de risco).2
A maioria dos pacientes com hepatite C, cerca de 80% (oitenta por cento), não manifesta sintomas, mas quando os apresenta, são muito inespecíficos, como letargia, dores musculares e articulares, cansaço, náuseas ou desconforto no hipocôndrio direito (abdome superior à direita).2,3,4 A fase aguda (inicial) da hepatite C caracteriza-se pela elevação das aminotransferases, principalmente ALT, detectada através do exame de sangue e também pode envolver náuseas, vômitos, fadiga, febre baixa e dores de cabeça.2,3,4
Posteriormente, podem aparecer outras manifestações clínicas, como dor abdominal, pele amarelada, coceira, urina de cor escura e dores nas articulações.2,4 Nos casos mais graves, ocorre progressão para cirrose.2 Na ausência de tratamento, ocorre cronificação em 60% a 85% dos casos; em média, 20% dos casos podem evoluir para cirrose e de 1% a 5% dos pacientes desenvolvem câncer de fígado.2
Atributos da APS
*Acesso – uma das atribuições dos profissionais da ESF é facilitar a porta de entrada no sistema de saúde aos indivíduos identificados como de risco.
* Longitudinalidade – é importante o acompanhamento desses pacientes ao longo do tempo, com o vínculo é possível conhecer suas fragilidades e individualizar o seguimento. O ACS pode-se ainda identificar aqueles com rede social frágil, dificuldade com as medicações, dedicando atenção especial durante as visitas domiciliares.
* Integralidade – Pessoas com suspeitas de infecção viral sexualmente transmissível devem ser investigadas por meio de testes sorológicos rápidos. Dependendo da avaliação médica, podem ser encaminhados para avaliação especializada em centros de referência.
*Coordenação do cuidado – a equipe de saúde deve estar ciente e participar de recomendações que o paciente possa receber em ambulatórios especializados ou com outros profissionais fora do território de atuação do Centro de Saúde.
SOF relacionada:
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Bibliografia Selecionada:

1.Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância em Saúde. Hepatites Virais. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/07_0044_M2.pdf
2.Hep Centro. Hepatologia Médica. Hepatite C. 2007. Disponível em: http://www.hepcentro.com.br/hepatite_c.htm
3.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. CONITEC. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções. Brasília; 2017. Disponível em: http://conitec.gov.br/images/Consultas/2017/Relatorio_PCDT_HepatiteCeCoinfeccoes_CP11_2017.pdf
4.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Co-infecções. Brasília; 2015. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_hepatite_co_coinfeccoes.pdf