O que pode ser abordado sobre a febre Chikungunya?

| 30 março 2015 | ID: sofs-19596
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,

Várias abordagens podem ser feitas com a população no sentido de disseminar o conhecimento sobre essa doença, que vem se mostrando expressiva no Brasil a partir desse ano diante dos casos importados e daqueles contraídos dentro do próprio território nacional.
A Chikungunya é uma doença de natureza febril infecciosa, causada por um vírus do gênero Alphavirus, chamado vírus Chikungunya. Ela é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Os sintomas provocados pela doença são: febre alta (acima de 39ºC) e de início repentino, dor muscular e nas articulações dos pés e mãos, dor de cabeça e manchas na pele, durando de três a 10 dias. Cerca de 30% dos casos não desenvolvem os sintomas. O risco de morte é raro, diferentemente do comportamento provocado por outras viroses transmitidas por mosquitos, a exemplo da dengue.
No momento atual, ainda não foram produzidos vacinas ou medicamentos para prevenir ou tratar a infecção, apesar de haver um interesse renovado no desenvolvimento desses recursos, como mostra uma publicação de 2013. O tratamento é sintomático e consiste na administração de remédio para dor, febre e anti-inflamatórios não-esteróides, hidratação e repouso.


No Brasil, em 2010, tinham sido detectados três casos da doença em pessoas que vieram de fora do país. Até outubro de 2014, foram identificados 337 casos da doença, 87 confirmados por critério laboratorial e 250 definidos por critérios clínico-epidemiológicos. Muitos deles foram descobertos em pessoas que viajaram para países com transmissão da doença (República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe, Guiana Francesa) e poucos tinham sido autóctones. O vírus também circula em alguns países da África e Ásia, sendo identificado, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, em 19 países desde 2004.
Historicamente, a estratégia mais utilizada para minimizar a carga de doenças transmitidas por mosquito é a intensificação dos esforços de controle destes insetos em áreas com alto risco de transmissão ou elevados níveis de incidência da doença. Sendo assim, é importante orientar as pessoas para que destruam os criadouros do mosquito da mesma forma que fazem para evitar a dengue (verificar se a caixa d ́água está bem fechada; não acumular vasilhames no quintal; verificar se as calhas não estão entupidas; e colocar areia nos pratos dos vasos de planta). Nesse sentido, o combate à doença fica estabelecido e a chance de ocorrência de epidemias é menor.

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Bibliografia Selecionada:

  1. Brasil. Medidas de prevenção em regiões com Chikungunya são intensificadas. Outubro, 2014. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/noticias-svs/15072-ministerio-da-saude-atualiza-situacao-do-virus-chikungunya. Acesso em: 11 nov. 2014.
  2. Brasil. Perguntas e respostas sobre Chikungunya. 2014. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/setembro/16/Perguntas-e-Respostas-sobre-Chikungunya.pdf. Acesso em: 11 nov. 2014.
  3. Bettadapura J, Herrero L. J, Taylor A, Mahalingam S. Approaches to the treatment of disease induced by chikungunya virus. Indian J. Med. Res. 2013;138(5):762-5. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3928707/. Acesso em: 11 nov. 2014.
  4. Maciel-de-Freitas, R. et al. Why do we need alternative tools to control mosquito-borne diseases in Latin America? Mem. Inst. Oswaldo Cruz, v. 107, n. 6, 2012. p. 828-9. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S0074-02762012000600021&lng=en&nrm=iso&tlng=en. Acesso em: 11 nov. 2014

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