O que fazer quando o paciente com DM2 em uso de insulina basal, mantem o controle glicêmico insatisfatório?

| 22 julho 2014 | ID: sofs-6886
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Graus da Evidência:

A dieta e as atividades físicas devem ser revisadas nos pacientes em que o controle glicêmico é ruim apesar da terapia insulínica. Em geral, uma dieta inadequada e/ou doses insuficientes de insulina são a base da falha terapêutica desses pacientes.
Observados esses aspectos, ao invés de aumentar indefinidamente as doses das insulinas basais, recomenda-se associar uma insulina rápida ao esquema de aplicação de insulina (4 a 10 UI em cada refeição). Essas reposições insulínicas usando o esquema basal/bolus estão indicadas para pacientes que necessitam de controle glicêmico intensivo e passaram a apresentar glicemias pós-prandiais acima dos objetivos glicêmicos, a despeito de estarem em uso de insulina NPH.
A análise das glicemias capilares pós-prandiais obtidas pelo paciente orientará na adoção dos esquemas abaixo:
Esquema 1: manutenção da insulinização basal e adição de insulina Regular ou, de preferência, um análogo de ação ultrarrápida (Aspart, Lispro ou Glulisina), antes da principal refeição do dia.
Indicação: hiperglicemia pós-prandial a despeito do Esquema 1
Esquema 2: manutenção do esquema 1 e adição de insulina Regular ou, de preferência, um análogo de ação ultrarrápida (Aspart, Lispro ou Glulisina), antes de uma segunda refeição do dia.
Indicação: hiperglicemia pós-prandial ocorre após mais de uma refeição, a despeito do Esquema 1
Esquema 3: Insulinização plena convencional (insulina NPH e Regular antes do café da manhã e jantar)
A terapia conjunta de insulina regular (antes do café da manhã e do jantar) e de NPH resulta em quatro picos de ação, cobrindo a manhã, tarde, noite e madrugada. Sua dose ótima depende de vários fatores, incluindo nível glicêmico atual, conteúdo de carboidrato da refeição e atividades físicas.
No ajuste das doses da insulina, procure acertar inicialmente a glicemia de jejum (menor que 110), em seguida as glicemias pré prandiais (menor que 110) e posteriormente as glicemias pós prandiais (duas horas após refeição menor que 140).


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Bibliografia Selecionada:

  1. Inzucchi, Silvio E, et al. Management of hyperglycemia in type 2 diabetes: a patient-centered approach position statement of the American Diabetes Association (ADA) and the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Diabetes care. 2012;35(6):1364-79.
  2. Dewitt, Dawn E, Hirsch, Irl B. Outpatient insulin therapy in type 1 and type 2 diabetes mellitus: scientific review. Jama. 2003;289(17):2254-64.
  3. De Melo, Karla FS. “Como e quando usar insulina no paciente com diabetes mellitus tipo 2: o papel do clínico/cardiologista.” Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul • Ano XV nº 08 Mai/Jun/Jul/Ago 2006.