Quais as evidências dos benefícios versus efeitos adversos para o uso de sinvastatina para dislipidemia em idosos?

| 4 agosto 2008 | ID: sofs-198
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,
Graus da Evidência: ,

O uso de estatinas no adulto com dislipidemia como prevenção secundária de eventos cardiovasculares (pacientes com infarto de miocárdio prévio ou em alto risco para evento cardíaco isquêmico, como aqueles com angina, procedimento cirúrgico coronariano prévio ou estenose arterial coronariana) está associado a redução de mortalidade total e de eventos cardiovasculares1. Para prevenção primária de eventos cardiovasculares, o uso de estatinas parece também ser benéfico nos grupos de maior risco2.
No caso específico do adulto idoso, um único ensaio clínico randomizado foi encontrado analisando o efeito do tratamento da dislipidemia (considerado LDL>135) na prevenção secundária de eventos cardiovasculares (incluídos indivíduos com história de doença arterial coronariana, doença arterial periférica, diabetes melitus ou ainda homem em tratamento para HAS). Este demonstrou que o uso de 40 mg/dia de sinvastatina em indivíduos com idade superior a 70 anos reduziu consideravelmente a mortalidade total e o número de eventos cardiovasculares, com a mesma intensidade obtida para indivíduos de faixas etárias menores3(A).
Não foi encontrada nenhuma evidência de risco adicional quanto ao uso de sinvastatina (efeitos tóxicos) para idosos.
A diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre dislipidemias também afirma que nos idosos (>65 anos) em prevenção secundária, mantém-se as mesmas recomendações feitas aos demais pacientes. Naqueles em prevenção primária, embora as evidências sejam preliminares, o tratamento com estatinas pode ser benéfico na prevenção de eventos coronários, acidentes vasculares cerebrais e preservação da função cognitiva4(D).

SOF relacionadas:

  1. Que opções de tratamento da hipercolesterolemia quando contraindicado o uso de sinvastatina?
  2. A sinvastatina é a estatina mais adequada a ser empregada no SUS?
  3. Como manejar a interação entre anlodipino e sinvastatina?
  4. Qual seria a estatina mais indicada e compatível com os recursos do setor público (SUS), a ser empregada em pacientes com glicemia aumentada?
  5. O uso de Sinvastatina pode apresentar eventos hemorrágicos como um de seus efeitos adversos?
  6. Há diferenças entre doses (alta vs baixa) de estatinas para prevenção primária de doenças cardiovasculares? E para prevenção secundária? Quais as doses estudadas e recomendadas?
  7. Quais riscos ao paciente da associação de Clopidogrel 75 mg com Atorvastatina? Em qual concentração de Atorvastatina pode ocorrer interação medicamentosa?
  8. Pacientes com níveis elevados de colesterol e triglicerídeos devem ser tratados com fibrato associado a estatinas ou usar apenas o fibrato? Depois de quanto tempo de tratamento repetir os exames para acompanhamento?

 

 


Bibliografia Selecionada:

  1. Cardiovascular disorders. Secondary prevention of ischaemic cardiac events. Clinical evidence; 2007.
  2. Cardiovascular disorders. Primary prevention: dyslipidemias. Clinical evidence; 2007.
  3. Heart Protection Study Collaborative Group. MRC/BHF Heart Protection Study of cholesterol lowering with simvastatin in 20,536 high-risk individuals: a randomised placebo-controlled trial. Lancet. 2002 Jul 6;360(9326):7-22. Disponível em: http://www.ctsu.ox.ac.uk/~hps/pubs/Lancet%20360;23-33.pdf
  4. Sposito AC, Caramelli B, Fonseca FAH, Bertolami MC, Afiune Neto A, Souza AD, et al. IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose: Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq bras cardiol. 2007 Abr;88(supl.1):2-19. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2007/diretriz-DA.pdf