Quais exames solicitar após tratamento de um paciente com sífilis adquirida?

| 3 dezembro 2018 | ID: sofs-41338
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,

Na população geral tratada com penicilina, os testes não treponêmicos como, por exemplo, o VDRL, sigla de Veneral Disease Research Laboratory, devem ser solicitados a cada três meses, no primeiro ano, e a cada seis meses, no segundo ano, após o tratamento, ou até o paciente apresentar dois exames negativos consecutivos.


Já pacientes que realizaram tratamentos com drogas alternativas, como doxiciclina e ceftriaxona, devem ser seguidos em intervalos mais curtos (60 dias), em função da possibilidade de falha terapêutica. Em gestantes, os testes não treponêmicos devem ser solicitados mensalmente.
No caso de sífilis primária e secundária, os títulos devem declinar em torno de duas diluições (por exemplo, de 1:32 para 1:8) a partir de três meses, e de três diluições a partir de seis meses. A negativação, após seis a nove meses do tratamento, demonstra cura da infecção. Quanto mais precocemente for realizado o tratamento, maior a probabilidade de negativação dos testes não treponêmicos. Porém, se o diagnóstico ocorrer após a fase secundária da doença, as pessoas podem permanecer com testes positivos em baixos títulos (até 1:4) pelo resto da vida. Se os títulos se mantiverem baixos e estáveis em duas oportunidades, após dois anos, pode-se dar alta. A elevação de títulos em testes não treponêmicos em duas diluições (por exemplo, de 1:16 para 1:64) indica reinfecção ou falha terapêutica e deve ser iniciado um novo tratamento.

Bibliografia Selecionada:

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2015:122p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_terapeutica_atencao_integral_pessoas_infeccoes_sexualmente_transmissiveis.pdf
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-prevencao-da-transmissao-vertical-de-hiv
3. Duncan BB, Schmidt Ml, Giugliani ERJ. (Ed.). Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.