Qual a importância dos métodos indiretos de diagnóstico na Esquistossomose?

| 18 setembro 2015 | ID: sofs-21879
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH:

Os métodos indiretos são baseados em mecanismos imunológicos, envolvendo reação de antígeno anticorpo e que têm aplicação quase sempre em inquéritos epidemiológicos, acompanhados ou não de exames de fezes. Às vezes são também usados em casos clínicos isolados, de difícil diagnóstico, pelos métodos diretos tradicionais. Estes métodos, quando positivos, não indicam obrigatoriamente infecção ativa, pois a positividade, devido a presença de anticorpos, pode permanecer por muitos anos, mesmo após a cura da infecção.

Deste modo, são pouco usados nos serviços de rotina devido à complexidade da execução e a exigência de equipamentos sofisticados. Vencidos esses obstáculos, eles poderão ser úteis em complementação aos exames parasitológicos notadamente nas áreas de baixa prevalência e cargas parasitárias pequenas para aumentar a detecção de portadores falsos negativos pelo exame de fezes.

 


Atualmente, os seguintes métodos indiretos, baseados em mecanismos imunológicos, são utilizados para diagnóstico da esquistossomose: ensaio imuno enzimático (ELISA), imunofluorescência (IF), reação peri-ovular (RPOV).

Dentre estes métodos destacam-se os seguintes:

1. Reação de ELISA São empregadas placas de poliestireno com antígenos solúveis adsorvidos para identificação de anticorpos IgG, IgM e IgA. IgG pode permanecer detectável por longo tempo mesmo após a cura parasitológica. Esse diagnóstico isolado não é confirmatório e pode ser usado de forma complementar.

2. Reação periovular A incubação dos ovos de S. mansoni com soro de paciente com esquistossomose provoca reação de precipitação hialina ao redor da casca de formação globular ou alongada. Esta técnica tem alta sensibilidade e especificidade, porém é laboriosa. A positividade é maior em doentes crônicos que em agudos e desaparece em torno de oito meses após a cura da infecção.

3. Intradermorreação Já foi muito usada em inquéritos epidemiológicos, não sendo recomendado seu uso atualmente. A reação positiva não informa sobre a atividade da doença. Os indivíduos curados mantêm a reação positiva por tempo indefinido. O teste positivo não autoriza o tratamento da esquistossomose.

4. Outros recursos diagnósticos em desenvolvimento Marcadores de inflamação (citocinas, quimiocinas), marcadores de colágeno no soro e urina.

Bibliografia Selecionada:

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009. 816 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf
  2.  Medicina Ambulatorial-Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 4ª Edição.Autor: Bruce B. Duncan; Maria Inês Schmidt; Elsa R. J. Giugliani; Michael Schmidt Duncan; Camila Giugliani.Editora: Artmed. Ano 2013
  3.  Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Vigilância da Esquistossomose Mansoni : diretrizes técnicas / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – 4. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 144 p. : il. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_esquistossome_mansoni_diretrizes_tecnicas.pdf