Qual a melhor medicação para prevenção de fraturas em pacientes portadores de osteoporose: alendronato ou risendronato?

| 25 junho 2009 | ID: sofs-667
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , , ,
Graus da Evidência:

Não foram encontrados Ensaios Clínicos Randomizados (ECR) que comparassem o uso de alendronato ao uso de risendronato em pacientes com osteoporose em relação aos seus benefícios. Porém, dois ECR avaliaram os efeitos adversos desses dois tratamentos medicamentosos. Em um dos ECR a proporção de mulheres que desenvolveu úlcera gástrica ou erosões gástricas foi semelhante entre o grupo que recebeu 40mg/dia de alendronato e o grupo que recebeu 30 mg/dia de risendronato durante 28 dias. No outro ECR que avaliou efeitos adversos, também não foi encontrada diferença em relação aos eventos adversos relacionados ao trato gastrointestinal alto entre os dois grupos (alendronato X risendronato).
Uma revisão sistemática que incluiu mulheres na pós-menopausa evidenciou que o uso do alendronato reduziu fraturas vertebrais e não vertebrais quando comparado ao uso de placebo ao final de 1 ano de acompanhamento. Outra revisão sistemática evidenciou que o alendronato reduziu fraturas vertebrais e de costela quando comparado ao uso de placebo após 1 e 4 anos de acompanhamento. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre o uso de alendronato e a prevenção PRIMÁRIA de fraturas, exceto para fraturas vertebrais, cuja redução foi clinicamente importante.
Uma revisão sistemática em mulheres na pós-menopausa evidenciou que, comparado ao grupo controle, o risendronato reduziu as fraturas vertebrais e não vertebrais em 4 anos. Outra revisão sistemática encontrou que o risendronato reduziu fraturas vertebrais e de costelas quando comparado ao placebo. Em estudo que comparou mulheres na pós-menopausa que fizeram uso de risendronato, por pelo menos um ano, às mulheres que utilizaram cálcio e vitamina D ou placebo, os autores concluíram que o uso de 5mg diários de risendronato teve um beneficio clinico e estatisticamente significativo na prevenção SECUNDARIA de fraturas vertebrais, não vertebrais e de costela, porém não houve beneficio em relação à fratura de punho. Não foi observada redução significativa na prevenção PRIMÁRIA de fraturas vertebrais e não vertebrais.
Tendo em vista a ausência de estudos que comparassem o uso de alendronato ao uso de risendronato para prevenção secundária de fraturas e considerando os estudos acima citados, realizados com grupo controle de pacientes que receberam placebo, concluímos que os dois medicamentos são equivalentes em relação à prevenção secundária de fraturas, exceto para prevenção secundária de fraturas de punho.


 

 

Bibliografia Selecionada:

  1. Wells George A, Cranney Ann, Peterson Joan, Boucher Michel, Shea Beverley, Welch Vivian, Coyle Doug, Tugwell Peter. Alendronate for the primary and secondary prevention of osteoporotic fractures in postmenopausal women. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 2, Art. No. CD001155. Disponível em: http://cochrane.bvsalud.org/doc.php?db=reviews&id=CD001155&lib=COC Acesso em: 29 jan 2015.
  2. Wells George A, Cranney Ann, Peterson Joan, Boucher Michel, Shea Beverley, Welch Vivian, Coyle Doug, Tugwell Peter. Risedronate for the primary and secondary prevention of osteoporotic fractures in postmenopausal women. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 2, Art. No. CD004523. Disponível em: http://cochrane.bvsalud.org/doc.phpdb=reviews&id=CD004523&lib=COC. Acesso em: 29 jan 2015.
  3. Lanza F, Schwartz H, Sahba B, Malaty HM, Musliner T, Reyes R, Quan H, Graham DY. An endoscopic comparison of the effects of alendronate and risedronate on upper gastrointestinal mucosae. Am J Gastroenterol. 2000 Nov;95(11):3112-7.
  4. Hosking D, Adami S, Felsenberg D, Andia JC, Välimäki M, Benhamou L, Reginster JY, Yacik C, Rybak-Feglin A, Petruschke RA, Zaru L, Santora AC. Comparison of change in bone resorption and bone mineral density with once-weekly alendronate and daily risedronate: a randomised, placebo-controlled study. Curr Med Res Opin. 2003;19(5):383-94.