Qual anestésico injetável usado para pacientes hipertensos?

| 10 agosto 2010 | ID: sofs-5037
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Graus da Evidência:

Em pacientes hipertensos, quanto maior o risco clínico de um paciente, mais importante se torna o controle eficaz da dor e da ansiedade, gerando menos estresse. O paciente com possível comprometimento cardiovascular corre maior risco em virtude das catecolaminas liberadas endogenamente (situação de stress) do que em virtude da adrenalina exógena administrada de forma apropriada. Assim, a grande dúvida por parte dos dentistas parece ser o uso ou não de vasocontritores em hipertensos.
Alguns autores defendem o uso de anestésicos com vasoconstritor, afirmando que eles possuem muitas vantagens, quando usados em pacientes cardiopatas estabilizados ou compensados. Existem outros autores que discordam a respeito de tal assunto, acreditando que em pacientes hipertensos, com problemas valvulares e coronariopatias, não deve ser utilizado vasoconstritores.
Porém, até o momento não há estudos que comprovem que o emprego de vasoconstritores tenha causado alterações cardiovasculares significativas.
Quanto à escolha do vasoconstritor de eleição para pacientes cardiopatas, a literatura aponta que a felipressina 0,03 UI/ml , como representante não adrenérgico, é a opção mais adequada por apresentar como principal vantagem a menor repercussão sobre o sistema cardiovascular. No que diz respeito à dose, não há consenso sobre o uso de anestésicos com vasoconstritores, sendo a dose condicionada ao tipo e concentração do vasoconstritor.
No Brasil, a Felipressina é vendida associada a Citocaina 3%. A dose máxima de felipressina recomendada para pacientes cardiopatas não deve ultrapassar 0,27 UI, o que equivale a 5 tubetes de 1,8 ml. A adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000 também pode ser utilizada, em doses pequenas; o ideal é não ultrapassar o limite de 2 tubetes por sessão, quando se tratar de um paciente hipertenso compensado. (1)


Bibliografia Selecionada:

  1. Malamed S.F. Manual de anestesia local. Rio de Janeiro: Guanabar Koogan; 1997. Disponível em: http://blogelseviersaude.elsevier.com.br/wp-content/uploads/2013/12/e-sample-Malamed.pdf Acesso em: 10 ago 2010.
  2. Brow RS, Lewis LA. More on the contraindications to vasoconstrictors in dentistry. Oral Surg Med Oral Pathol 1993; 76(1):2-5
  3. Oliveira AEM, Simone JL, Tortamano IP, Perez FEG, Ximenes PMO. Utilização de anestésicos locais associados a vasoconstritores adrenérgicos em pacientes hipertensos. JBC J Bras Clin Odontol Integr. 2003 Nov-Dez;7(42):484-88. Disponível em: http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=400771&indexSearch=ID Acesso em: 10 ago 2010.
  4. GERLACH, Raquel Fernanda; SANTOS, José Eduardo Tanus dos  and  ESCOBAR, Carlos Alberto Bazaglia.The use of epinephrine-containing anesthetic solutions in cardiac patients: a survey. Rev Odontol Univ São Paulo [online]. 1998, vol.12, n.4, pp. 349-353. ISSN 0103-0663. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-06631998000400008.  Acesso em: 10 ago 2010