Qual é o tratamento da Tuberculose? Como funciona o esquema de medicamentos?

| 24 setembro 2010 | ID: sofs-5175
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH:
Graus da Evidência:

A tuberculose é uma doença grave, porém curável em praticamente 100% dos casos novos. Por ser uma moléstia infecciosa causada por uma micobactéria (M. tuberculosis), deve ser tratada com antimicrobianos com ação bactericida.
As características do M. tuberculosis exigem alguns fundamentos do tratamento medicamentoso:

A associação medicamentosa adequada, as doses corretas, e o uso por tempo suficiente, com supervisão da tomada dos medicamentos são os meios para evitar a persistência bacteriana e o desenvolvimento de resistência às drogas, assegurando, assim, a cura do paciente. Os dois objetivos do tratamento são interromper a transmissão da tuberculose, tornando os pacientes não infecciosos, e prevenir sua morbimortalidade, curando os pacientes com tuberculose doença. Os esquemas medicamentosos de curta duração dividem-se em uma fase intensiva, ou bactericida, e uma fase de manutenção, ou esterilização. Durante a fase inicial, a maioria dos bacilos da tuberculose é eliminada, há resolução dos sintomas e o paciente se torna não infeccioso. A fase de manutenção é necessária para eliminar as micobactérias resistentes e prevenir a recidiva.
No Brasil, o esquema mais utilizado é o esquema básico, recomendado para todos os casos novos de qualquer forma de tuberculose, exceto meningite. Consiste no uso de rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol por dois meses na fase intensiva e de rifampicina e isoniazida por quatro meses na fase de manutenção. A dose dos fármacos varia com o peso da pessoa em tratamento. Para as pessoas com meningite, o esquema é semelhante ao básico, mas a fase de manutenção tem duração de sete meses.
Outros esquemas estão disponíveis para os casos de resistência ao esquema básico ou de efeitos colaterais graves às medicações. O tratamento é realizado ambulatorialmente, sendo supervisionado, com pelo menos três observações semanais da tomada dos medicamentos nos primeiros dois meses e uma observação por semana até o seu final. A supervisão poderá ser realizada de forma direta na unidade, no local de trabalho e na residência do paciente por meio de agente comunitário de saúde. A unidade de saúde pode identificar líderes comunitários ou responsáveis familiares que auxiliem na supervisão do tratamento.


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Bibliografia Selecionada:

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde.Tuberculose: guia de vigilância epidemiológica. Brasília: FUNASA; 2002. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_tuberculose.pdf Acesso em: 24 set 2010.
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Nota técnica sobre as mudanças no tratamento da tuberculose no Brasil para adultos e adolescentes. Brasília: Ministério da Saúde; 2009. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/nota_tecnica_versao_28_de_agosto_v_5.pdf Acesso em 24 set 2010.
  3. Toscano, C. M. Tuberculose. In: DUNCAN, B.B.; SCHMIDT, M.I.; GIUGLIANI, E.R.J. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 3ª Ed. P. 1354-1364. Porto Alegre: ArtMed, 2004.
  4. Raviglione, M.C.; O’Brien, R.J. Tuberculose In: KASPER, D.L. et al. Harrison Medicina Interna. 16a Ed. p. 1002-1015. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil Ltda., 2006.