Como deve ser feita a inibição da lactação?

| 8 agosto 2018 | ID: sofs-39955
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,

Métodos não farmacológicos:
– Evitar a sucção e outras formas de estímulo.
– Aplicar compressas frias durante 10 minutos, 4 vezes ao dia.
– Fazer enfaixamento compressivo, com ataduras elásticas por volta de 7 a 10 dias após o parto, com cuidado para não restringir os movimentos respiratórios ou causar desconforto materno. Essa medida isoladamente já alcança 80% dos casos.
– Estimular o uso de sutiã ou “top”.


Os métodos não farmacológicos devem ser associados entre si, e são a primeira escolha, sendo mais efetivos na prevenção da lactação, com exceção das puérperas com HIV positivo, que têm indicação formal de supressão farmacológica da lactação no pós-parto imediato.
Métodos farmacológicos:
Os medicamentos mais conhecidos para inibir a lactação são os derivados do ergot (bromocriptina e cabergolina), são antagonistas da dopamina e atuam diminuindo os níveis plasmáticos da prolactina.
A dose da cabergolina é de 0,5 mg, 2 comprimidos, dose única, imediatamente após o parto. Quando a lactação já está estabelecida, administra-se cabergolina 0,25 mg, duas vezes ao dia, por 2 dias ou ainda a bromocriptina 2,5 mg, duas vezes ao dia, por 14 dias.
A carbegolina apresenta melhor comodidade posológica, boa eficácia terapêutica e menos efeitos colaterais que a bromocriptina. Os efeitos indesejados (colaterais) como cefaléia, náusea, vômito, vertigem, dor abdominal e sonolência são fatores limitantes da sua prescrição. São contraindicações ao uso da cabergolina: hipertensão arterial não controlada, hipersensibilidade à droga, doença hipertensiva específica da gestação, insuficiência hepática ou renal grave, úlcera péptica e distúrbios psicóticos.

Bibliografia Selecionada:

1. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 822, de 27 de junho de 2003. Inclui o teste rápido para triagem da infecção pelo HIV, na tabela de procedimentos especiais do Sistema de Informação Hospitalar do SUS – SIH/SUS. Diário Oficial da União, Brasília, 30 jun. 2003, Seção 1, p. 111. [acesso em 22 de jun de 2018]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2003/prt0822_27_06_2003.html
2. Chaves RG, Lamounier JA. Uso de medicamentos durante a lactação. J Pediatr. 2004;80(5)(Supl.):S189-S198. [acesso em 22 de jun de 2018]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n5s0/v80n5s0a11.pdf
3. European Multicentre Study Group for Cabergoline in Lactation Inhibition. Single dose cabergoline versus bromocriptine in inhibition of puerperal lactation: randomised, double blind, multicentre study. BMJ. 1991;302(6789):1367-1371.[acesso em 22 de jun de 2018]. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1670075/
4. Halte TW. Drug therapy and breastfeeding: pharmacokinetics, risk factors, and effects on milk production. Neoreviews 2004; 5(4):e164. Disponível em: http://neoreviews.aappublications.org/content/5/4/e164
5. Mariani Neto C. Aleitamento materno: manual de orientação. São Paulo: Febrasgo, 2006. p. 109-113
6. Martin-Costa SH, et al. Rotinas em obstetrícia. 7. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2017.
7. Traebert EE, Dellagiustina AR, Gondim G. Inibição da lactação: indicações e técnicas. In: Santos Junior L. A. (Org.). A mama no ciclo gravídico-puerperal. São Paulo: Atheneu, 2000. p. 195-197