Como manejar as reações adversas ao tratamento medicamentoso para tuberculose, principalmente exantema e prurido?

| 27 maio 2014 | ID: sofs-6763
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , , ,

Prurido e exantema leve são considerados efeitos adversos menores no tratamento anti tuberculose (TB) e estão relacionados ao uso de Isoniazida e Rifampicina. Tais efeitos podem ser tratados com uso de anti-histamínicos, na unidade básica de saúde, sem a suspensão do tratamento. Avaliar a hidratação da pele é outra medida importante, pois o ressecamento é uma causa frequente de prurido.
A maioria dos pacientes completa o tratamento sem qualquer reação adversa relevante, efeitos adversos menores são aqueles que não determinam a suspensão do tratamento.
As alterações cutâneas estão entre as reações adversas mais frequentes do esquema básico e respondem por 20% destas. Mudança da coloração da urina é universal, intolerância gástrica ocorre em 40% dos casos, enquanto icterícia e dores articulares respondem por 15 e 5% respectivamente.
Apenas 3 a 8% dos pacientes apresentam reações adversas maiores que necessitam de interrupção ou substituição do esquema básico. Exantema ou hipersensibilidade moderada a grave são considerados efeitos adversos maiores e indicam a suspensão temporária do tratamento e reintrodução gradativa. Efeitos adversos maiores indicam a suspensão temporária dos medicamentos e devem ser encaminhados a unidade de referência para reintrodução e/ou redefinição do tratamento.
A continuidade do tratamento de TB é de grande importância para o sucesso e cura dos casos. Como os efeitos adversos são frequentes, é necessário alertar o paciente para sua ocorrência e a necessidade de voltar à unidade para avaliação. A equipe deve estar preparada para acolher o usuário mediante a apresentação de efeitos adversos prevenindo as dificuldades para manter o uso da medicação. Todos trabalhadores da equipe de saúde, como administrativos da recepção, devem ser incluídos nas discussões sobre o processo de cuidado destes usuários e a necessidade de acolhê-los. A articulação de esforços da unidade de saúde é essencial para aumentar as chances de sucesso do tratamento, pois o risco de interrupção do tratamento ocorre em situações onde há maior vulnerabilidade individual e social.


A prevenção do abandono de tratamento é importante para evitar resistência aos medicamentos do esquema básico. A identificação precoce dos eventos adversos é papel da atenção primária e de fundamental importância neste sentido. No caso de crianças e adolescentes, a família deve ser alertada para a ocorrência destes efeitos.
Há fatores de risco conhecidos para a ocorrência de eventos adversos maiores:

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Bibliografia Selecionada:

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2011 [citado 2014 Jan 10].  (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/TB/mat_tec/manuais/MS11_Manual_Recom.pdf Acesso em: 27 maio 2014.