Como o dentista deve proceder no caso de intrusão de dente decíduo?

| 2 dezembro 2021 | ID: sofs-44460
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , , ,

Deve radiografar por meio da técnica oclusal modificada, usando um filme periapical adulto.  Se o dente intruído parecer encurtado em relação ao seu homólogo ou contralateral,  seu ápice está deslocado em direção ou através da tábua óssea vestibular, longe do germe sucessor permanente; logo, o dentista deve aguardar o reposicionamento espontâneo do dente, que poderá iniciar-se dentro de 7 a 14 dias após o traumatismo, podendo voltar à posição original entre 6 meses a 1 ano. Entretanto, se o ápice estiver deslocado em direção ao germe do dente permanente, a extremidade apical não poderá ser visualizada e o dente parecerá alongado, sendo indicada a exodontia(1,2). Nunca se deve tentar reposicionar o dente decíduo intruído. Todo dente intruído deve ser acompanhado clinica e radiograficamente 7 dias, 1, 2, 6 e 12 meses após a ocorrência do traumatismo, até a erupção de seu sucessor permanente, a fim de verificar se o dente está em erupção, no lugar correto ou se travou, o que pode denotar a presença de anquilose, e, ainda se houve ou não alteração de cor em sua coroa, transitória ou não, acompanhada ou não de sinais radiográficos de lesão periapical e da presença de fístula(2). A profilaxia com vacinação antitetânica deve ser considerada no caso de feridas contaminadas; para isso, deve-se avaliar o cartão de vacinas do paciente.


A luxação intrusiva é uma das lesões traumáticas mais prevalentes na dentição decídua, tendo em vista as características anatômicas peculiares do tecido ósseo e dos dentes em crianças.
Em casos de intrusão de dentes decíduos, é essencial diagnosticar a direção do dente que sofreu o deslocamento, a fim de excluir a possibilidade de injúria ao sucessor e então prevenir a ocorrência de sequelas na dentição permanente(3).

Bibliografia Selecionada:

1. Malmgren B, Andreasen JO, Flores MT, Robertson A, DiAngelis AJ, Andersson L, Cavalleri G, Cohenca N, Day P, Hicks ML, Malmgren O, Moule AJ, Onetto J, Tsukiboshi M; International Association of Dental Traumatology. International Association of Dental Traumatology guidelines for the management of traumatic dental injuries: 3. Injuries in the primary dentition. Dent Traumatol 2012;28(3):174-82. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22583659/

 

2. Day P, Flores MT, O’Connell A, Abbott PV, Tsilingaridis G, Fouad AF, Cohenca N, Lauridsen E, Bourguignon C, Hicks L, Andreasen JO, Cehreli ZC, Harlamb S, Kahler B, Oginni A, Semper M, Levin L. International Association of Dental Traumatology guidelines for the management of traumatic dental injuries: 3. Injuries in the Primary Dentition.  International Association of Dental Traumatology guidelines for the management of traumatic dental injuries: 3. Injuries in the primary dentition. Dent Traumatol. 2020;36(4):343-59. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32458553/

 

3. Mendoza-Mendoza A, González-Mallea E, Iglesias-Linares A. Intrusive luxation in primary teeth: a case report. J Clin Pediatr Dent 2015;39(3):215-18. Disponível em: https://meridian.allenpress.com/jcpd/article-abstract/39/3/215/78132/Intrusive-Luxation-in-Primary-Teeth-A-Case-Report?redirectedFrom=fulltext