Como proceder frente a uma parada cardiorrespiratória em ambiente não hospitalar?

| 6 julho 2010 | ID: sofs-4596
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,
Graus da Evidência:

No que se refere à respiração boca a boca, muitos leigos e até alguns profissionais de saúde sentem um pouco de medo de fazer a respiração numa pessoa desconhecida, temendo contrair doenças. Além disso, ela pode ter apresentado vômito ou qualquer outro problema que causam constrangimento. Por isso, hoje a recomendação mundial é realizar a massagem cardíaca efetivamente.
Se a pessoa não se sentir segura e à vontade para realizar a respiração boca a boca, deve manter a massagem cardíaca até a chegada do socorro.
Existem trabalhos que demonstram a importância crucial da compressão cardíaca nos dez primeiros minutos e seus bons resultados mesmo sem a respiração.
Segundo os comitês de Ressuscitação a massagem cardíaca é três vezes mais eficaz no socorro a vítimas de parada cardíaca quando aplicada sozinha do que se aliada à respiração boca a boca.
Esse é o novo consenso entre cardiologistas de todo o mundo, que foi formalizado no dia 13 de dezembro de 2009, em uma reunião da Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação (Ilcor, na sigla em inglês), nos Estados Unidos.
Embora no Brasil as novas diretrizes só passem a valer em 2010, alguns cursos de treinamento já estão orientando leigos e profissionais de saúde a priorizar a compressão torácica nesse tipo de situação.
Segundo o diretor do Laboratório de Treinamento e Simulação em Emergências Cardiovasculares do Instituto do Coração de São Paulo e representante do País no evento da Ilcor.” Os estudos americanos mostraram que a respiração boca a boca mais atrapalha do que ajuda nos dez primeiros minutos do atendimento”.
“O organismo tem uma reserva de oxigênio que dura até dez minutos se a massagem cardíaca for feita adequadamente. O importante é manter o fluxo de sangue para os órgãos”.
“O protocolo de atendimento dos bombeiros, paramédicos e demais profissionais de emergência deve mudar no ano de 2010, mas há orientações que já podem ser seguidas pelos profissionais para que priorizem a compressão se houver dificuldade para fazer a ventilação ou se estiverem sozinhos.”
A orientação só não é válida se a vítima for criança ou em casos como afogamentos e acidentes, quando é a falta de oxigenação que leva à parada cardíaca.


Bibliografia Selecionada:

  1. Laboratório de Treinamento e Simulação em Emergências Cardiovasculares [Internet]. São Paulo: Instituto do Coração de São Paulo. [citado 2010 Jan 14]. Disponível em: http://www.incor.usp.br/sites/webincor/index.phpoption=com_content&task=view&id=251&Itemid=0 Acesso em: 6 jul 2010.