Como tratar o hipertireoidismo na gestante?

| 11 dezembro 2014 | ID: sofs-15671
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,
Graus da Evidência:

Os diagnósticos diferenciais em pacientes gestantes com tireotoxicose devem incluir Doença de Graves e hipertireoidismo gestacional¹,². O quadro clínico (bócio, oftalmopatia), história prévia de tireotoxicose e o TRAb positivo favorecem o diagnóstico de Graves (Nível B).
Deve ser desaconselhada a gestação em mulheres com Doença de Graves que ainda não alcançou o eutireoidismo (Nível D), sendo recomendado o uso de anticoncepcionais¹.
No primeiro trimestre de gestação, as recomendações atuais³ sugerem o uso de propiltiouracil (PTU) para o tratamento do hipertireoidismo (Nível C), com posterior substituição pelo metimazol. Isso devido à embriopatia associada ao metimazol e a maior hepatotoxidade do PTU.
Na literatura, a dose inicial varia de 50 a 450 mg/dia de PTU (em 3 tomadas diárias) e 5 a 20 mg/dia de metimazol (dose única). Na prática clínica, as doses utilizadas tendem a serem maiores na tentativa de normalizar mais rapidamente o quadro e evitar os efeitos nocivos ao feto do hipertireoidismo.
A terapia com radioiodo é contraindicada¹ (nível D) e a tireoidectomia raramente indicada¹ (nível C).
A tireotoxicose gestacional geralmente não requer um tratamento específico, apenas uma terapia transitória com betabloqueadores por período normalmente inferior a 2 meses (Nível B)².
A dosagem de TRAb obtida entre a 20ª e 24ª semana de gestão é recomendada, como preditor de hipertireoidismo fetal (Nível D).¹
Nestas situações, é aconselhado que o médico da APS acompanhe conjuntamente com o especialista focal


Bibliografia Selecionada:

  1. Maia AL, et al. Hipertireoidismo: diagnóstico e tratamento. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(3): 205-32
  2. Stagnaro-Green, Alex et al. Guidelines of the American Thyroid Association for the diagnosis and management of thyroid disease during pregnancy and postpartum. Thyroid, v. 21, n. 10, p. 1081-1125, 2011. Disponível em: http://online.liebertpub.com/doi/pdf/10.1089/thy.2011.0087. Acesso em: 11 dez 2014.
  3. Vilar L. Endocrinologia clinica – 5a ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Disponível em: http://issuu.com/guanabarakoogan/docs/vilar-endocrinologia. Acesso em: 11 dez 2014.