Diante da pandemia de COVID-19, como o dentista deve realizar os procedimentos com uso da alta-rotação?

| 16 junho 2020 | ID: sofs-43377
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,

Frente à pandemia da COVID-19,o atendimento odontológico deve ser realizado apenas em pacientes que requeiram urgências ou emergências odontológicas, estando todos os profissionais devidamente paramentados com EPIs (gorro, óculos de proteção, máscara N95/PFF2 ou equivalente, protetor facial, avental impermeável e luvas de procedimento). Em procedimentos onde serão gerados aerossóis, deverá ser usada a máscara que oferece maior proteção, como a N95 ou PFF2, devendo ser trocada a cada 4 horas de uso, ou no tempo orientado pelo fabricante(1,2). Caso seja imprescindível o uso de caneta de alta rotação, orienta-se planejar e realizar o atendimento no último período, para ter um maior tempo de dissipação dos aerossóis gerados e assim reduzir o risco de contaminação aos pacientes(1).


Durante o atendimento odontológico devem-se adotar medidas para minimizar a geração de aerossóis e respingos salivares e de sangue, como: colocar o paciente na posição mais adequada possível, utilizar sucção/aspiração de alta potência para reduzir quantidade de saliva na cavidade oral e estímulo à tosse, usar dique de borracha para reduzir a dispersão de gotículas e aerossóis, evitar o uso de seringa tríplice, principalmente em sua forma em névoa (spray), acionando os dois botões simultaneamente; regular a saída de água de refrigeração, sempre que possível, recomenda-se utilizar dispositivos manuais, como escavadores de dentina para remoção de lesões (evitar canetas de alta e baixa rotação) e curetas periodontais para raspagem periodontal. Não utilizar aparelhos que gerem aerossóis, como jato de bicarbonato e ultrassom.Em casos de procedimentos endodônticos, preferir expor a polpa por meio de remoção químico-mecânica do tecido acometido, e sempre que possível, utilizar isolamento absoluto (dique de borracha) e aspiração contínua(2,3).

Estas recomendações são dadas pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira e da Vigilância Sanitária para atendimento odontológico da rede pública e privada.

Bibliografia Selecionada:

1. Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Recomendações AMIB/CFO para atendimento odontológico COVID- 19: Comitê de Odontologia AMIB/CFO de enfrentamento ao COVID-19. Departamento de Odontologia AMIB – 1ª.Atualizacao 25/03/2020. Brasília, AMIB, CFO, 2020:14p. Disponível em: https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/marco/26/2603Recomendacoes_AMIB-CFO_para_atendimento_odontologico_COVID19_atualizada.pdf

2. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nota Técnica GVIMS/GGTES/ANVISA nº 04/2020 – Orientações para serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Brasília, ANVISA, 2020:92p. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+T%C3%A9cnica+n+04-2020+GVIMS-GGTES-ANVISA/ab598660-3de4-4f14-8e6f-b9341c196b28
3. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Perguntas & Respostas – Levantamento de questionamentos recorrentes recebidos pela Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde GGTES/ANVISA sobre a emergência de saúde pública internacional – COVID 19 – relacionada ao SARS-CoV-2. Brasília, ANVISA, 26 de maio de 2020:33p. Disponível em: http://www.mpgo.mp.br/portal/arquivos/2020/06/04/23_14_59_261_Perguntas_e_respostas_ANVISA_2_edic%CC%A7a%CC%83o.pdf