Mulheres que já tiveram toxoplasmose, apresentam risco de transmissão ao feto na gestação?

| 13 junho 2019 | ID: sofs-41647
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,

O tempo de parasitemia da toxoplasmose é curto. Assim, mulheres imunocompetentes que engravidarem 3 meses após terem tido toxoplasmose, tem um risco quase nulo de transmissão para o feto(1). Alguns serviços ainda recomendam que mulheres com diagnóstico de toxoplasmose aguardem 6 meses após a infecção para engravidar(1). Cabe considerar ainda que o Ministério da Saúde orienta que diante de um resultado de avidez forte de IGG em pacientes com até 16 semanas de IG, nenhum tratamento seja realizado, por se considerar infecção antiga (acontecida entre 12 a 16 semanas previamente à gestação) (2).


Considerando ainda que o diagnóstico da toxoplasmose é eminentemente laboratorial(2), uma vez que a maioria dos casos são assintomáticos e as infecções sintomáticas são muito inespecíficas(3), sugere-se que seja contabilizado o tempo entre o diagnóstico sorológico de toxoplasmose e a data da última menstruação. Caso o tempo seja maior do que 3 meses ou 14 semanas e a paciente for imunocompetente, não realizar tratamento(1,2). Nesse caso, as sorologias para toxoplasmose no primeiro trimestre (antes de 16 semanas) esperadas seriam IGG + com alta avidez e IGM negativa e reforçariam a adequação da conduta proposta(1,2,4). Caso o quadro de toxoplasmose previamente à gestação não tenha sido confirmado por sorologias, recomenda-se seguir o algoritmo normal do Ministério da Saúde para rastreio e conduta de toxoplasmose aguda na gestação (2).

Bibliografia Selecionada:

1. Gilbert R, Petersen E. Toxoplasmosis and pregnancy. UpToDate. Waltham, MA. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/toxoplasmosis-and-pregnancy?search=Toxoplasmosis%20and%20pregnancy&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Série A. Normas e Manuais Técnicos (Cadernos de Atenção Básica, n° 32). 1 ed. rev. Brasília: Editora do Ministério da Saúde. 2013:318p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf

3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. (Série B. Textos Básicos de Saúde). 8 ed. rev.  Brasília: Ministério da Saúde. 2010:444p.  Il. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf

4. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – Febrasgo. Manual de orientação gestação de alto risco. Comissões Nacionais Especializadas Ginecologia e Obstetrícia. 2011:220p. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manuais_Novos/gestacao_alto-risco_30-08.pdf