O médico de família deve realizar exame de fundo de olho em seus pacientes diabéticos?

| 15 julho 2009 | ID: sofs-1069
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH:
Graus da Evidência: ,

Diversos estudos sobre o tema têm apresentado resultados controversos, mas a maioria deles demonstra que sem um treinamento adequado a qualidade dos exames realizados por não oftalmologistas munidos de oftalmoscópio é inferior, levando-se em consideração a sensibilidade necessária para a realização de um bom teste de rastreamento. Estes estudos foram desenvolvidos principalmente para a população de pacientes diabéticos.
Muitas estratégias têm sido desenvolvidas para melhorar a qualidade do exame de fundo de olho em Atenção Primária à Saúde e as duas que parecem ser mais reprodutíveis no nosso meio são o treinamento na prática do exame do fundo de olho para os médicos de família, como realizado na Austrália com ótimos resultados e o uso da tele-oftalmologia.
Portanto deve ser estimulado que o médico de família conheça as lesões de retina relacionadas ao diabetes e à hipertensão e que realize o exame de fundo de olho como rotina anualmente em seus pacientes em risco com a finalidade de desenvolver a prática nesta habilidade. Espera-se que medidas de treinamento em massa sejam efetivadas para melhorar a sensibilidade do rastreamento realizado pelos médicos de família.

 


Bibliografia Selecionada:

  1. Verma L, Prakash G, Tewari HK, Gupta SK, Murthy GV, Sharma N. Screening for diabetic retinopathy by non-ophthalmologists: an effective public health tool. Acta Ophthalmol Scand. 2003 Aug;81(4):373-7. Disponível em: http://www3.interscience.wiley.com/cgi-bin/fulltext/118852566/PDFSTART. Acesso em: 06 maio 2015
  2. Jackson C, De Jong I, Schuluter PJ. Changing clinician practice. The RACGP/RACO National GP Eye Skills Workshop. Aust Fam Physician. 2002 Mar;31(3):285-90.
  3. Jackson C, de Jong I, Glasson W. Royal Australian College of Ophthalmologists and Royal Australian College of General Practitioners National GP Eye Skills Workshops: colleges and divisions reskilling general practice. Clin Experiment Ophthalmol. 2000 Oct;28(5):347-9.
  4. O’Hare JP, Hopper A, Madhaven C, Charny M, Purewell TS, Harney B, Griffiths J. Adding retinal photography to screening for diabetic retinopathy: a prospective study in primary care. BMJ. 1996 Mar 16;312(7032):679-82. Disponível em: http://www.pubmedcentral.nih.gov/picrender.fcgi?artid=2350501&blobtype=pdf. Acesso em: 06 maio 2015
  5. Griffith SP, Freeman WL, Shaw CJ, Mitchell WH, Olden CR, Figgs LD, Kinyoun JL, Underwood DL, Will JC. Screening for diabetic retinopathy in a clinical setting: a comparison of direct ophthalmoscopy by primary care physicians with fundus photography. J Fam Pract. 1993 Jul;37(1):49-56.
  6. Harding SP, Broadbent DM, Neoh C, White MC, Vora J. Sensitivity and specificity of photography and direct ophthalmoscopy in screening for sight threatening eye disease: the Liverpool Diabetic Eye Study. BMJ. 1995 Oct 28;311(7013):1131-5. Acesso em: http://www.bmj.com/cgi/content/full/311/7013/1131. Acesso em: 06 maio 2015
  7. Owens DR, Gibbins RL, Lewis PA, Wall S, Allen JC, Morton R. Screening for diabetic retinopathy by general practitioners: ophthalmoscopy or retinal photography as 35 mm colour transparencies? Diabet Med. 1998 Feb;15(2):170-5.
  8. Whited JD. Accuracy and reliability of teleophthalmology for diagnosing diabetic retinopathy and macular edema: a review of the literature. Diabetes Technol Ther. 2006 Feb;8(1):102-11.