O que são miomas e quais as suas causas e sintomas?

| 31 maio 2016 | ID: sofs-23687
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Graus da Evidência:

O mioma (ou leiomioma) é um tumor benigno que se forma a partir do músculo que reveste a parede do útero, chamado miométrio. Acomete aproximadamente 20 a 25% das mulheres, sendo mais frequente em negras, com histórico familiar da doença e sem filhos (1). Os miomas surgem e crescem dependendo dos hormônios femininos, que são produzidos durante o período fértil; por este motivo, o mais comum é que eles apareçam durante a vida adulta, entre a primeira menstruação e a menopausa (2). Raramente são únicos, e podem apresentar-se com tamanhos variáveis e em qualquer porção do útero. A classificação mais utilizada é a que se refere à sua localização na camada uterina; logo, eles podem ser: submucosos, intramurais, subserosos ou cervicais (1,3).


Causas
Não se sabe com certeza o que está relacionado ao surgimento de miomas. Os principais fatores ligados ao seu aparecimento e crescimento são predisposição genética e influência do hormônio estrogênio (1).

Sintomas
A maioria das mulheres não sente qualquer incômodo, e muitas desconhecem que possuem miomas até passarem por exames de rotina ou engravidar (1,2,4). Os sintomas se relacionam com o número, tamanho e localização dos miomas (3). O mais frequente é o sangramento vaginal excessivo (em geral, com saída de coágulos), principalmente durante a menstruação, quadro que pode provocar anemia. Se os miomas crescem muito, podem comprimir a bexiga e o intestino, levando à incontinência urinária e à constipação intestinal, respectivamente. Cólicas menstruais, dor durante o ato sexual e dores pélvica ou lombar também podem ser causados por miomas (1-3), embora mais raramente (4). Dependendo da localização, o mioma também pode diminuir as chances de gravidez (2), principalmente quando há distorção da forma do útero pelo nódulo miomatoso. O diagnóstico de miomatose uterina se baseia na história clínica, no exame físico (exame ginecológico) e na ultrassonografia (1). É importante tranquilizar a paciente, enfatizando a benignidade do quadro (mioma não é câncer”) (4).

Tratamento
O tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico, este último sendo reservado para casos de miomas sintomáticos e nos assintomáticos de grandes proporções (Grau de recomendação D) (1). Nos casos em que há a necessidade de retirar o mioma, o médico analisará a idade e o desejo da paciente, além da quantidade, tamanho e localização dos nódulos.

Bibliografia Selecionada:

  1. DUNCAN, Bruce Bartholow et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
  2. FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Saúde Plena: Quando se preocupar com os miomas. 2014. Disponível em: <http://www.febrasgo.org.br/site/?p=8497>. Acesso em: 17 maio 2016.
  3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria nº 495, de 23 de setembro de 2010: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Leiomioma de Útero. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2010/prt0495_23_09_2010.html>. Acesso em: 17 maio 2016.
  4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Protocolos de Atenção Básica. Saúde das Mulheres. Brasília,  2015. Versão preliminar. Disponível em: <http://crbm1.gov.br/novosite/wp-content/uploads/2015/08/201508121048_Protocolo_Saude_da_Mulher_ConsultaPublica.pdf>. Acesso em: 17 maio 2016.