Quais ações devem ser realizadas após um acidente com perfurocortantes?

| 29 outubro 2021 | ID: sofs-44390
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , , ,

Quanto as ocorrências de exposição a material biológico pelo profissional de saúde, segundo MS(1) pode-se agir da seguinte forma:

1- Acolhimento e registro do atendimento ao profissional acidentado;

2- Identificar fatores de maior e menor gravidade durante histórico do acidente de trabalho e risco da exposição;

3- Avaliar dados epidemiológicos do ambiente onde ocorreu a exposição e os dados epidemiológicos e sorológicos do paciente-fonte, se conhecido;

4- Realizar teste rápido (TR) HIV do paciente-fonte;

5- Coletar exames laboratoriais da pessoa exposta – momento zero:

• Sorologias: Anti-HIV, Anti-HCV, HBsAg, anti-HBs, VDRL;

• Bioquímicos: Hemograma, AST, ALT, Ureia, Creatinina ( se indicação de PEP);

6- Status da pessoa-fonte:

• Se TR ou sorologia reagente para HIV – indicado PEP;

• Se TR ou sorologia não reagente para HIV – sem indicação de PEP;

• Se status desconhecido para HIV – avaliar caso a caso;

• Se TR ou sorologia reagente para HCV – indicado acompanhamento pós exposição;

• Se TR ou sorologia não reagente para HCV – sem indicação para acompanhamento pós exposição;

• Se status desconhecido para HCV – avaliar caso a caso;

• Se TR ou sorologia reagente para HBV – indicar profilaxia;

• Se TR ou sorologia não reagente para HIV, HCV, HBV: sem indicação de profilaxia e acompanhamento pós exposição – Fechamento do protocolo de atendimento como: Alta – Paciente=fonte negativo.

7- Avaliar indicação de acompanhamento e profilaxias de acordo com status sorológico da pessoa fonte e/ou dados epidemiológicos da exposição;

8- Checar Fluxograma se Indicação de PEP ao HIV;

9- Indicação e prescrição da PEP – Esquema antirretroviral preferencial;

10- Se atendimento pelo enfermeiro, proceder interconsulta com médico, quando indicação de TARV para prescrição de esquema;

11- Registrar dados de identificação e da exposição em ficha Acidente de Trabalho com Material Biológico SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) – Notificação Compulsória;

12- Registrar Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) de acordo com o encaminhamento da empresa e vínculo empregatício do profissional (o empregador deve fazer a CAT).

13- Programar retornos ambulatoriais pós exposição para acompanhamento/seguimento;

Em uso de PEP:

• 07 dias: avaliar sinais, sintomas e reação adversa, adesão a PEP, avaliação de exames laboratoriais;

• 14 dias: caso necessário;

• 30 dias: avaliar soroconversão – Anti-HIV, avaliar adesão profilaxia PEP por 28 dias, avaliar exames laboratoriais: Hemograma, AST, ALT, Uréia, Creatinina, Anti-HIV e Anti-HBs (se houve indicação de vacinação para Hepatite B);

• 90 dias: avaliar soroconversão – Anti-HIV, Anti-HCV; outros exames de acordo com quadro clínico (avaliação caso a caso);

• 180 dias: avaliar soroconversão – Anti-HIV, Anti-HCV; outros exames de acordo com quadro clínico (avaliação caso a caso);

14- Preencher ficha SINAN (inicio, acompanhamento e fechamento do atendimento).


Bibliografia Selecionada:

1. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes terapêuticas para Profilaxia pós-exposição (PEP) de risco à infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais.Brasília – DF. 2021:102p. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2021/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-profilaxia-pos-exposicao-pep-de-risco