Quais estratégias podem ser desenvolvidas na Atenção Primária para intervir diante de possíveis situações conflituosas entre adolescentes?

| 11 setembro 2019 | ID: sofs-42673
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,

Os profissionais de saúde podem desenvolver atividades no âmbito da Estratégia Saúde da Família (ESF) para ajudar o público adolescente a resolver conflitos de forma não violenta, através da mediação, da negociação e impulsionando esses jovens à compreensão da diversidade, da tolerância, do combate ao bullying, ao preconceito e à discriminação, estabelecendo relações de respeito mútuo e estreitando o índice de agressões e violência no ambiente familiar. Além disso, ressaltamos que é importante também estabelecer parceria com demais seguimentos sociais, como a escola, o Conselho Tutelar ou até mesmo com o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) para ajudar na resolução de conflitos e/ou promover a negociação.(3,4)


As situações conflituosas entre adolescentes podem ser prevenidas, tendo em vista que a Estratégia Saúde da Família (ESF) pode contribuir para evitar a violência por meio da promoção da cultura da paz, mediando no enfrentamento dos problemas e conflitos de forma não violenta, respeitando as diferenças e defendendo os direitos das pessoas, pois ser pacífico não significa necessariamente ser passivo, mas tomar uma atitude positiva diante dos problemas.(1) Dessa forma, a Organização das Nações Unidas (ONU) define cultura da paz como um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida de pessoas, grupos e nações baseados no respeito pleno à vida e na promoção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, na prática da não violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação, podendo ser uma estratégia política para a transformação da realidade social.(1,2)

Os profissionais de saúde desempenham um importante papel ao contribuir para a prevenção da violência familiar e, em se tratando de um fenômeno multicausal, é importante abordar com os adolescentes temas como virtudes, valores sociais, ética, solidariedade, por meio de questionamentos e atividades educativas de conscientização e sensibilização, pois falar em Educação para a Paz é articular ações e atividades relacionadas à formação de pessoas de bem, com respeito, dignidade ao próximo, que pensem e ajam de forma pacificadora, ou seja, cidadãos conscientes em melhorar a vida e o ambiente em que vivem. (1,2,3)

Bibliografia Selecionada:

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Por uma cultura da paz, a promoção da saúde e a prevenção da violência. (Série F. Comunicação e Educação em Saúde). Brasília: Ministério da Saúde, 2009:44p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cultura_paz_saude_prevencao_violencia.pdf
  2. Mercês AFD, Mendes AC, Celestino AP, Brandão LMS, Pires e Silva S. As ações de promoção da solidariedade/cultura de paz e prevenção à violência à criança e adolescente na AP 5.1 sob à ótica da saúde. Saúde Foco (Impr, Rio J.). 2016;1(1):171-81. Disponível em: https://smsrio.org/revista/index.php/revsf/article/view/171/181
  3. Paraná. Governo do Estado. Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED. Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá – Fafipar. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE: Produções Didático-Pedagógicas. 2013:30p. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2013/2013_fafipar_ped_pdp_alessandra_vilarinho.pdf
  4. Ribeiro FB. Conselho Tutelar e negociação de conflitos. Ensaios FEE, Porto Alegre. 1998;19(2):286-305. Disponível em: https://revistas.fee.tche.br/index.php/ensaios/article/view/1933/2308