Quais estratégias podemos utilizar para inserir o parceiro no pré-natal?

| 22 setembro 2021 | ID: sofs-44029
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,

Estas são as diversas estratégias que recomendamos serem adotadas para inserir o parceiro no pré-natal, de acordo com a política de saúde do homem, e para realizar a “consulta pré-natal do parceiro”, um procedimento que foi incluído no rol do Sistema Único de Saúde, de acordo com a Portaria 1.474 de 2017 do Ministério da Saúde(1,2,3).

– Informar ao parceiro o direito dele a consultas e exames de saúde durante o pré-natal de sua parceira grávida

– Realizar o acolhimento do parceiro e a primeira consulta do pré-natal do homem.

– Colher e solicitar os exames recomendados para o pré-natal do homem   , inclusive os testes rápidos, já na primeira consulta, de acordo com os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde

– Atualizar as vacinas e o cartão de vacinas do parceiro, conforme Calendário Nacional de Vacinação

– Agendar as consultas do pré-natal do homem subsequentes

– Agendar a participação do parceiro nos encontros do grupo de gestantes e pais para educação em saúde, fornecendo orientações sobre gravidez, parto, pós-parto, amamentação e direitos do pai/parceiro

– Orientar ao parceiro que o pré-natal é uma oportunidade para o fortalecimento do vínculo do homem com o serviço de saúde, e que isso trará benefícios para sua qualidade de vida

 


Maiores detalhes sobre o fluxograma das ações do pré-natal do homem podem ser visto no endereço eletrônico: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2018/01/cartazv3.pdf

Incluir o parceiro no pré-natal por meio das consultas individuais a ele, dos testes rápidos e dos exames, demonstra que a saúde do homem também deve ser valorizada e promovida durante o pré-natal, assim como a saúde da mulher gestante. Logo, o profissional de saúde deve informar a todos sobre os temas da gestação, do parto e do puerpério, incluindo cuidados com o recém-nascido. Com isso, será construído com o homem, a mulher e a família uma cultura de paternidade saudável e participativa, no apoio à mulher no processo de gestação, parturição e maternidade, e com a consciência da divisão de responsabilidades e tarefas de cuidado. Isso também fortalece os vínculos afetivos familiares e a responsabilidade do homem com sua paternidade(4,5).

O programa de pré-natal do homem (Pré-Natal do Parceiro) foi implementado pelo Ministério da Saúde em 2011, como parte da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) – política criada a partir da Portaria 1.944/2009, objetivando promover a saúde do homem e reduzir a desigualdade de gênero, estimulando a paternidade ativa ainda na gestação, e durante e após o nascimento. Ao realizarem este programa, os profissionais devem preencher o sistema e-SUS AB com os procedimentos relativos ao pré-natal do homem, alimentando os dados estatísticos e epidemiológicos sobre a quantidade de homens que estão inseridos no programa em sua unidade de saúde.

Os exames e procedimentos de rotina do pré-natal para o parceiro, que devem ser oferecidos ao parceiro e informados quanto à sua importância para a promoção de sua saúde, são(3):

– Aferição de pressão arterial e peso. Constatado aumento da pressão e/ou obesidade no homem, deverá ser agendada sua consulta com médico para acompanhamento

– Testes rápidos para detecção de sífilis e de HIV, visando a eliminação da sífilis congênita e a redução da transmissão vertical do HIV

– Exames de rotina: HBsAg, Anti HCV, VDRL e teste de HIV. Anotar o nome da gestante no pedido dos exames do parceiro para facilitar a identificação da gestante em caso de resultados positivos do parceiro)]

– Outros exames, se necessário: tipagem sanguínea e fator RH (no caso da mulher ser RH negativo), hemograma, lipidograma (dosagem de colesterol HDL, LDL, colesterol total e de triglicerídeos), glicemia plasmática, eletroforese da hemoglobina (para detecção da doença falciforme)

– Atestado ou declaração de comparecimento ao pré-natal do parceiro, utilizando o CID 10 76.8 (Contatos com serviço de saúde por outras circunstâncias especificadas).

Leitura complementar: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm

 

Bibliografia Selecionada:

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: Princípios e Diretrizes. Brasília; 2008:40p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_homem.pdf Acesso em: 10/09/2021

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria 1.474 de 8 de setembro de 2017. Inclui e altera procedimento na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais do SUS. Brasília, 2017. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2017/prt1474_22_09_2017.html Acesso em: 10/09/2021

3. São Paulo. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Estado de São Paulo. Secretaria da Saúde. Fluxo do pré-natal do parceiro nas unidades de saúde do município de Ribeirão Preto. Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher. Secretaria Municipal da Saúde. 2013:4p. Disponível em: https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/files/ssaude/pdf/i16ppp-fluxo_pre-natal_parceiro.pdf Acesso em: 10/09/2021

4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Guia do pré-natal do parceiro para profissionais de saúde. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde, Brasilia-DF. 2018:56p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pre_natal_profissionais_saude.pdf Acesso em: 10/09/2021

5. Silva C, Pinto C, Martins C. Transição para a paternidade no período pré-natal: um estudo qualitativo. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2021;26(2):465-474. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232021262.41072020  Acesso em: 10/09/2021