Quais orientações sobre a Febre Amarela os profissionais de saúde podem repassar às comunidades sem indicação para vacinação?

| 16 fevereiro 2017 | ID: sofs-35896
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A principal orientação do Ministério da Saúde para os municípios que não têm indicação de vacinar contra febre amarela, é o combate ao mosquito Aedes aegypti, que é o principal vetor de transmissão do vírus da febre amarela tanto na América do Sul como na África. (1,2)
Outra orientação importante para a prevenção é a vacinação dos viajantes que se deslocam para regiões silvestres, rurais ou de mata de áreas com recomendação de vacinar (ACRV). A imunização contra febre amarela deve ser feita no mínimo 10 dias antes da exposição a situações de risco, já que os anticorpos protetores aparecem entre o sétimo e décimo dia após a aplicação. (3,4) A vacina contra a febre amarela está disponível, gratuitamente nas Unidades Básica de Saúde em todos os municípios do Brasil. (5)


A principal estratégia de prevenção da reurbanização da febre amarela é a eliminação do Ae. aegypti que deve seguir as orientações do Programa Nacional de Controle da Dengue. (3) A luta contra o Ae. aegypti compreende medidas institucionais e comportamentais. Cabe ao poder público oferecer abastecimento adequado de água e coleta regular do lixo; estabelecer legislação sanitária municipal para abrigo de pneus usados e de material dos depósitos de ferro-velho expostos à chuva e fiscalizar seu cumprimento; exigir areia nos vasos dos cemitérios; limpar terrenos baldios; e aplicar larvicidas nos depósitos não elimináveis de água. Entre as medidas comportamentais, há necessidade de educação sanitária intensa para que a população elimine os criadouros preferenciais do mosquito, como manter cobertura de caixas-d’água, limpar quintais, drenar corretamente as calhas de água dos telhados, evitar deixar expostos recipientes que possam acumular água e trocar frequentemente a água de pratos e de vasos de flores. (1)

Outras medidas preventivas contra Febre Amarela: (3,6)

• Induzir a manutenção de altas taxas de cobertura vacinal em áreas infestadas por Ae. aegypti e com recomendação de vacina contra febre amarela;
• Orientar o uso de proteção individual das pessoas que vivem ou adentram áreas enzoóticas ou epizoóticas;
• Isolar os casos suspeitos durante o período de viremia, em áreas infestadas pelo Ae. aegypti;
• Realizar identificação oportuna de casos para pronta intervenção da vigilância epidemiológica;
• Implementar a vigilância laboratorial das enfermidades que fazem diagnóstico diferencial com febre amarela;
• Implementar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras: recomenda-se solicitar apresentação do certificado internacional de vacinação, com menos de dez anos da última dose aplicada para viajantes procedentes de países ou áreas endêmicas de febre amarela.

Atributos APS
O desenvolvimento das práticas educativas no SUS tem por base as ações de comunicação, imprescindíveis para fomentar os processos de mobilização. O objetivo dessas ações é a adesão das pessoas e da sociedade organizada, de maneira consciente e voluntária, para o enfrentamento de determinado problema. Tais ações podem estimular a mobilização, a partir de organizações sociais já existentes, e a criação de grupos ou associações que trabalhem em ações de prevenção e controle. (7)

 

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Bibliografia Selecionada:

  1. Tauil PL. Aspectos críticos do controle da febre amarela no Brasil. Rev Saúde Pública 2009. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v44n3/1665.pdf
  2. MONATH TP, VASCONCELOS PF. Yellow fever. J Clin Virol. 2015; 64:160–173. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25453327
  3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/27/guia-vigilancia-saude-linkado-27-11-14.pdf
  4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2008.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pos-vacinacao.pdf
  5. Brasil. Ministério da Saúde. Portal Saúde. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/vigilancia-epidemiologica
  6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia de vigilância de epizootias em primatas não humanos e entomologia aplicada à vigilância da febre amarela / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epizootias_primatas_entomologia.pdf
  7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Diretrizes nacionais para prevenção e controle de epidemias de dengue / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_prevencao_controle_dengue.pdf