Qual grau de comprometimento apontado pelo Ecocardiograma é relevante na classificação de risco para o Covid – 19?

| 27 maio 2020 | ID: sofs-43348
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,

Os diagnósticos apontados pela ecocardiografia com grau mínimo, leve, discreto ou com a expressão “repercussão hemodinâmica”, não devem ser classificados como cardiopatia e, portanto, não são relevantes na classificação de risco para a Covid–19.

Alterações classificadas em graus superiores de comprometimento necessitarão de uma avaliação específica de sua repercussão hemodinâmica e grau de cardiopatia, para dimensionar se são ou não relevantes na classificação de risco para a Covid–19.


Dentre os diagnósticos ecocardiográficos mais frequentemente associados à ausência de repercussão hemodinâmica, estão as valvopatias. As valvas cardíacas, por serem estruturas móveis, tanto no momento da abertura, quanto no fechamento, podem gerar pequenas turbulências no fluxo de sangue que são prontamente apontadas pelo efeito doppler colorido.

 

Essas turbulências são então quantificadas e através de tabelas específicas, são classificadas quanto a sua relevância. No exemplo abaixo observa-se a tabela utilizada na classificação da insuficiência da valva mitral.

 

 

 

A evolução tecnológica permitiu ao ecocardiografista diagnosticar com grande precisão alterações cardíacas que não trazem repercussão hemodinâmica A propedêutica cardiológica é rica e quando bem executada, nos fornece importantes elementos diagnósticos e prognósticos.

Necessita, entretanto, de treinamento específico e prática diária para uma correta interpretação.

Neste contexto, pela sua objetividade, o ecocardiograma é um valioso recurso dos exames complementares.

Por se tratar de assunto em constante evolução, são múltiplas as classificações de fatores de risco para o coronavírus.

 

 

Bibliografia Selecionada:

1. Campos Filho O, Zielinsky P, Ortiz J, Maciel BC, Andrade JL, Mathias Jr. W, et al. Diretriz para Indicações e Utilização da Ecocardiografia na Prática Clínica. Arq. Bras. Cardiol. 2004; 82(Suppl. 2):11-34. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2004000800002&lng=en&nrm=iso

2. Nicolau JC, Polanczyk CA, Pinho JA, Bacellar MSC, Ribeiro DGL, Darwich RN, et al. Diretrizes de interpretação de eletrocardiograma de repouso.  Arq Bras Cardiol. 2003; 80(Suppl.2):1-18. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2003000800001&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

3. Tarasoutchi F, Montera MW, Grinberg M, Barbosa MR, Piñeiro DJ, Sánchez CRM, Barbosa MM, Barbosa GV et al. Diretriz Brasileira de Valvopatias – SBC 2011 / I Diretriz Interamericana de Valvopatias – SIAC 2011. Arq Bras Cardiol 2011; 97(5 supl.1): 1-67 Disponível em:  http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2011/Diretriz%20Valvopatias%20-%202011.pdf